[FullPower] Chevrolet BelAir com Big Block renasce das cinzas

RobôAutoforum · 29 de Março de 2017

Eclético, Hermes Paulo Amorim Filho, empresário, coleciona carros de diferentes estilos. Em sua garagem há Kombi 50 Anos, Impala SS, Subaru Impreza WRX, Fusca preparado, Camaro SS… Cardápio variado! Mesmo assim, ele tinha um sonho: adquirir um clássico com motor V8 big block!

Um dia, ao visitar sua habitual preparadora, a Illicit Customs (SP), do preparador Roberto “Beto” Moreno, ele se deparou com um Chevy Bel Air 1956 caindo aos pedaços no fundo da oficina. Quando deu uma olhada de perto no motor, adivinhe? Estava lá, um V8 big block, tão podre quanto o carro. Ele abraçou a raridade e, a partir dali, iniciou uma saga em sua recuperação. Em uma viagem aos EUA, trouxe na mala tudo o que o enorme propulsor (tem 509” de deslocamento, ou 8,3 litros) precisaria: cabeçotes Edelbrock, comando Crane 289º, balanceiros Crower, pistões JE, bielas e virabrequim Eagle… Até um carbura Holley de 1.050 cfm veio na bagagem.

“Seô Hermes”, como é conhecido, deixou a mercadoria com Beto e foi cuidar de seus outros carros. Nisso, o preparador desmontou o clássico, reformou chassis e assoalho e montou o motor no lugar — com direito a câmbio TH400, com coroa e pinhão Richmond de relação 3,07:1 e blocante. Pronto, primeira fase resolvida! Enquanto Seu Hermes enviava a carroceria para um amigo restaurar, foi a vez de Beto viajar para os States e trazer o restante das peças.Nesse caso, ele foi direto à Danchuk Manufacturing, em Santa Ana, na Califórnia. Especializada em Bel Air, a empresa dispõe, exclusivamente, de peças para o clássico! Tudo o que você vê de cromado veio de lá: frisos, emblemas, acabamentos, painel… Beto colocou isso e muito mais em sua mochila e voltou ao Brasil, pronto para iniciar a saga.

Aqui, com carroceria impecável e (quase) todas as peças, o Bel Air 56 de Seô Hermes foi ganhando forma… A começar pela suspensão, montada minuciosamente por Beto. Bandejas dianteiras, por exemplo, são da Global West, enquanto os amortecedores são QA1. Já a parte traseira revela “nacionalidade”, com ladder bars German Racing e amortecedores Impacto Especiais. “Ele traciona demais”, diz Hermes, afirmando que sempre quando pode dá uma borrachada para impressionar a molecada. Para o feito, ele aciona o line-lock, dispositivo no freio que trava somente as rodas dianteiras, e facilita a derretida dos borrachudos traseiros.No interior reformado, sentado de frente para um painel digital (Dakota Digital) e empunhando um volante billet com alma de fibra de carbono, o colecionador ainda tira onda com uma sonzeira de responsa, inteiramente MB Quart. “Tenho um amigo representante da marca que me vendeu os equipamentos a preço de custo. Fiquei impressionado com a potência e a qualidade do conjunto”, afirma. Feliz com o progresso de mais uma caranga para sua garagem, Seô Hermes avisa: “vocês não perdem por esperar o meu 23º carro. Só posso adiantar que é um Chevy 1947 preparado para mais de 500 cavalos”.