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[4r]Alfa Romeo 2300 B era nacional com presença de carro europeu

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Quatro faróis e grande área envidraçada: inspiração na Alfetta de 1972Quatro faróis e grande área envidraçada: inspiração na Alfetta de 1972Xico Buny/Quatro Rodas

O Alfa Romeo 2300 foi o primeiro – e até hoje o único – modelo da marca italiana a ser fabricado no Brasil. Ele consolidou a presença da casa milanesa no país quando foi apresentado em 1974.

A mistura de luxo e esportividade justificava o preço elevado pela exclusividade técnica do duplo comando de válvulas, freios a disco nas quatro rodas, câmbio de cinco marchas e cintos de segurança de três pontos.

Mas nem tudo ia bem para a Alfa: o 2300 sofria dos problemas de qualidade que comprometeram a imagem dos sedãs produzidos pela antecessora FNM em Duque de Caxias (RJ). Corrosão, panes elétricas, vedação falha e problemas mecânicos eram inaceitáveis para um modelo que concorria com os melhores automóveis do mercado, nacionais ou estrangeiros.

A situação só viria a melhorar em 1976: a proibição das importações de carros favoreceu o 2300, então o único nacional de luxo oriundo da escola europeia.

O 2300 era o único carro de luxo nacional baseado na escola europeia: nos anos 70, modelos quatro portas não estavam ao gosto do grande públicoO 2300 era o único carro de luxo nacional baseado na escola europeia: nos anos 70, modelos quatro portas não estavam ao gosto do grande públicoXico Buny/Quatro Rodas
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Da noite para o dia, ele passou a atrair não só os entusiastas alfistas, mas também o público habituado às versões mais caras do Opala, Dodge Dart e Galaxie, além de importados como BMW e Mercedes.

Ciente da oportunidade, a Alfa deu início ao aperfeiçoamento do 2300, para suavizar as características do projeto original e sanar alguns de seus defeitos, sem perder o espírito esportivo peculiar do fabricante. O resultado foi o modelo 2300 B, que se tornou uma das maiores estrelas do Salão do Automóvel de 1976.

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As maiores modificações estavam no interior, com painel acolchoado, volante em plástico injetado (com regulagem de altura), revestimento dos bancos e laterais de portas em tecido imitando veludo e rádio AM/FM com antena elétrica. Os bancos dianteiros eram reclináveis e tinham ajuste milimétrico, e o banco traseiro oferecia maior conforto ao quinto passageiro.

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O modelo B mostra evolução na ergonomia: pedaleiras suspensas, alavanca de freio de mão entre os bancos e comandos na coluna de direçãoNo 2300 B, alavanca do freio de mão passou a ficar entre os bancosXico Buny/Quatro Rodas

Externamente, os detalhes que mais chamavam atenção na reformulação do sedã ítalo-fluminense eram as lanternas traseiras maiores e as maçanetas embutidas nas portas.

A grade dianteira perdeu os frisos cromados, enquanto o tradicional escudo triangular ficou maior. A nova denominação era exibida por meio de um emblema no lado direito da tampa do porta-malas.

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Outro ponto de evolução foi na ergonomia: pedaleiras suspensas, alavanca do freio de mão entre os bancos dianteiros (e não mais embaixo do painel) e comandos dos faróis e limpador de para-brisa na coluna de direção. O volante estava mais leve graças a uma nova geometria de direção e por trás dele estava um painel de fundo azul e iluminação verde, inspirado nos BMW.

Painel parece completo, mas não era: faltava manômetro e amperímetroPainel parece completo, mas não era: faltava manômetro e amperímetroXico Buny/Quatro Rodas

A modificação técnica mais significante ocorreu no trem de força. Consumidor voraz da gasolina azul de alta octanagem, o motor foi recalibrado para consumir gasolina amarela, mais comum e barata. Para tanto foi preciso alterar o perfil dos comandos de válvulas, o coletor de escapamento e a curva de avanço do distribuidor.

Como resultado, o torque subiu de 21 para 21,5 mkgf e a potência, de 140 para 141 cv. Era preciso explorar o câmbio de cinco marchas para impulsionar seus 1.336 kg. Uma de suas virtudes era a autonomia, graças ao tanque de 100 litros e ao quatro cilindros que fazia média de 8,4 km/l.

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Em 1978, a Fiat assumiu o controle da produção, transferida para sua sede em Betim. O fabricante mineiro melhorou a proteção contra corrosão e diminuiu o nível de ruído.

Fabricação da Fiat a partir de 1978Fabricação da Fiat a partir de 1978Xico Buny/Quatro Rodas

O exemplar das fotos é um modelo 1980, do colecionador Marcelo Paolillo: “Foi o último ano de produção do 2300 B, substituído pelo 2300 SL”. Apesar da valentia contra os novos Del Rey, Monza e Santana, o 2300 custava quase o dobro dos concorrentes – foram cerca de 30.000 unidades produzidas até 1986, número que evidencia sua exclusividade.

Teste QUATRO RODAS – janeiro de 1977

  • Aceleração de 0 a 100 km/h: 14,2 s
  • Velocidade máxima: 164 km/h
  • Consumo médio: 8,4 km/l
  • Preço (julho de 1978): CR$ 208.950
  • Preço (atualizado IGP-DI/FGV): R$ 162.792
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Ficha técnica – Alfa Romeo 2300 B 1980

  • Motor: longitudinal, 4 cilindros em linha, 2.311 cm3, comando de válvulas duplo no cabeçote, carburador, 141 cv a 5.700 rpm, 21,5 mkgf a 3.500 rpm
  • Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira
  • Dimensões: comprimento, 469 cm; largura, 196 cm; altura, 144 cm; entre-eixos, 273 cm; peso, 1.336 kg
  • Pneus: 185 SR 14
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