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Artigo explica todos os conceitos por trás dos botões em amplificadores

TUTORIAL PARA INICIANTES e experientes que sabem mas não entendem o porquê! Ou, se você tem certeza que sabe tudo, leia, talvez você se surpreenda...HPF? LPF? FULL? SUBSÔNICO? SENS/GAIN? BASS BOOST? 180º/FASE? COMO AJUSTO ISSO TUDO NO AMPLIFICADOR? Acabou de conhecer som automotivo, e se deparou com o tal do amplificador com vários botões para ajustes? Por mais que a loja tenha entregue ajustado (nem sempre corretamente), queremos saber para que servem e como podemos ajustar de outras formas sem prejudicar a durabilidade dos produtos ou afetando o áudio negativamente. Ao perguntarmos para o instalador que ajustou, às vezes a resposta é tão confusa que preferimos buscar na internet a explicação. E não raramente, para o iniciante, é ainda mais confuso. Bem, vamos lhe ajudar com isso. Não vamos apenas indicar o ajuste certo, vamos apresentar uma explicação completa, objetiva e de fácil entendimento para que todos aqui consigam compreender o que é, porque é, como é e quando é. 1) O som existe para nós humanos (ou seja, audível), entre 20 hertz e 20 mil hertz. Hert é a unidade que mede frequência. Bem todos nós sabemos que som é frequência vibrando no ar, certo? Abaixo de 20hz o som existe mas não para nós. O mesmo acima de 20 mil hertz. Animais como golfinhos, cachorros, morcegos e outros conseguem ouvir acima e/ou abaixo disso, mas nós não. Então produtos de áudio para humanos (RISOS) são desenvolvidos para trabalharem dentro destes 20hz e 20khz (K de mil). Frequências abaixo de 20hz são chamadas de subsônicas e acima de 20khz são chamadas de supersônicas. Na prática, são poucas as pessoas que conseguem de fato ouvir acima de 17khz.2) O som como um todo é dividido entre grave, médio e agudo de forma simplificada. Isso não é novidade para ninguém. Em áudio, podemos destrinchar um pouco mais isso e dividir em sub-grave, grave, médio grave, médio, médio agudo, agudo e agudo extremo. O som comum, aqueles de rádio de pilha, celulares ou em alto-falantes originais de fábrica em carros são chamados de FULL RANGE (alguns FULL RANGE de cone duplo) e por limitações físicas, não conseguem reproduzir sons de 20hz a 20khz. A tradução é "Alcance total" mas isso não é verdade. Na média, começam em torno dos 100hz nos carros ou 180hz em alto-falantes de rádios de pilha e vão até uns 5khz. Varia muito conforme o tamanho e materiais empregados no alto-falante. 3) Para conseguir áudio que reproduza o som por completo, criaram dois outros tipos de alto-falantes. Para tocar frequências abaixo de 100hz, inventaram o tal do subwoofer. E para frequências acima de 5khz, o tal do tweeter (não é twitter!). O grandalhão do subwoofer toca sub-grave. O full range (que agora se chama woofer se usado em conjunto com seus irmãos aí) toca grave e médio. E por fim, o nanico do tweeter toca o agudo. Bem, agora temos três tipos de alto-falantes para tocar três faixas de frequência. Ou seja, cada um é especialista em uma coisa. Subwoofer para sub-grave, woofer para grave/médio e tweeter para agudo. 4) Se cada um deles é bom só em uma coisa e não serve para as demais, temos que então atarefá-los em suas especialidades naturais, certo? Bem, o rádio/aparelho/player/tocador ou como você quiser chamar manda um sinal de áudio pleno, completo ao amplificador(20hz a 20khz). O amplificador por sua vez separa as freqüências que são do subwoofer só para ele (no caso do amplificador estéreo 2 ou 4 canais) e as freqüências estéreo só para o coaxial ou kit componente. O que separa a freqüência do tweeter do coaxial ou kit componente é o divisor de freqüências (crossover). Há também os amplificadores MONO que devem ser usados apenas para subwoofers. Algumas raras exceções são os mono full range, como o antigo Club 900.1 que em alguns projetos grandes de trio elétrico era usado para tocar estéreo, sendo um amplificador para cada lado (D e E). 5) HPF e LPF. Como queremos que cada alto-falante toque sua especialidade (espectro de freqüência para a qual ele foi desenvolvido), ajustamos no amplificador onde é este corte. Regra número 1 – Onde um pára, o outro começa. Então normalmente ajustamos o subwoofer para tocar as freqüências bem baixas de 20, 30, 40hz indo até 100hz. Ou seja, ele vai parar de tocar em 100hz. Há variáveis, mas o corte padrão é este e sempre fica bom. Para isso usamos o filtro LPF que significa Low Pass Filter, ou seja, um filtro que passa apenas freqüências baixas. Dessa forma portanto e logicamente, os alto-falantes estéreo começam a trabalhar a partir dos 100hz que foi onde o subwoofer parou. Para isso usamos o filtro HPF (High Pass Filter – filtro que passa apenas freqüências mais altas). Ajustamos em 100hz então. E o filtro do tweeter como dito acima fica sob responsabilidade do crossover, que tem um corte fixado pelo fabricante. Este corte normalmente é feito na casa dos 5khz, que é até onde o woofer (ou médio-grave em português) consegue trabalhar. E o tweeter vai então tocar freqüências de 5khz para cima, chegando até os 20khz (ou mais dependendo da qualidade dele e do amplificador). 6) O ajuste FULL no amplificador não tem cortes, ou seja, o sinal FULL que ele recebe é amplificado e sai do mesmo jeito que entrou. Portanto, o FULL compreende freqüências de 20hz a 20khz. Deve-se usar com cuidado, em volume mais moderado pois se ligado a um coaxial/2 vias normal que foram concebidos para trabalhar de 80, 100hz para cima, ao receberem freqüências de 20, 30, 40hz podem queimar se exigidos muito. É como arrancar com o carro em segunda marcha. Dá para fazer isso, mas força.7) FILTRO SUBSÔNICO. Assim como o tweeter não consegue trabalhar a partir de 1, 2, 3, 4khz, o woofer também não consegue trabalhar a partir de 30, 40, 50, 60hz. Talvez um ou outro no mundo consiga, mas são exceções das exceções com peculiaridades muito específicas e vamos pular isso. Bem, o mesmo ocorre com o subwoofer onde dentro de uma caixa acústica, ele não consegue trabalhar entre 15 e 30/35hz. O subwoofer na caixa, em geral, começa a trabalhar a partir dos 35, 40hz indo até os 100hz. Ou seja, ele não pode trabalhar com freqüências abaixo disso, principalmente quando se ouve em volume alto. É o exemplo de arrancar com o carro em segunda marcha. Ou terceira marcha. Então para evitar que freqüências muito baixas sejam enviadas ao subwoofer, fazemos o corte subsônico no FB da caixa, que normalmente fica entre 30 e 45hz dependendo do tamanho do subwoofer e da caixa. Então o mínimo que é normalmente 15hz na verdade é o máximo. Releiam a frase anterior mais 2x para entender bem. Deixar ajustado em 15hz quando o FB (sintonia da caixa, em outro post falaremos sobre isso) está em 38hz por exemplo faz o subwoofer trabalhar forçado e também afeta a curva de impedância, ocasionando vários problemas como a queima do subwoofer, a queima do canal do amplificador ou o travamento da bobina fora do gap causado por sobre-excursão. Quanto menor a freqüência, mais o cone excursiona/movimenta. Se excursionar além do que deve, a bobina sai de onde deve ficar e trava. 8) SENSIBILIDADE/GANHO/GAIN. Quando mexemos neste botão achamos que se trata de volume, pois é o que ocorre - o volume sobe e desce. Mas NÃO É VOLUME! Como não? Eis aqui a explicação que muitos aqui querem e/ou PRECISAM. Este negócio aqui mal ajustado causa muitos, muitos problemas. Problemas estes que não vão ocorrer sempre na hora. Vão se apresentar semanas, meses depois, mas vão ocorrer sim, cedo ou tarde. E a culpa vai cair no produto pois “saiu tocando normal da loja”. Para entender o princípio do funcionamento disso, faça um teste simples que embora tecnicamente seja diferente, na prática é parecido. Ligue caixas de som a saída P2 do seu computador. Se você deixar o volume no computador no máximo no volume da barra de ferramentas e no player em questão, mesmo que nas caixas de som o volume estiver no mínimo, é possível ouvir um ruído de estática. Ganho/Sensibilidade é o ajuste do EQUILÍBRIO entre a força do sinal que o player consegue mandar em relação a quanto o amplificador consegue receber. Não é potência, é a intensidade do sinal, que é medida em VOLTS. Problemas ocorrem quando o amplificador recebe um sinal muito mais forte do que ele foi projetado para receber. O excesso de força no sinal causa não só o ruído estático como também força os componentes do amplificador e isso faz com que este por sua vez, gere um áudio amplificado com um pouco de sujeira (no sinal e não no áudio), ocasionando queimas de tweeters por exemplo. Na média geral, players têm entre 2 a 2,5V de tensão de saída. Modelos melhores chegam a 4V e alguns muito melhores chegam a 6V. E as exceções dos ultra high-end chegam a 8V, mas é bem raro. Alguns lojistas mais gabaritados alegam que algumas centrais multimídia de qualidade muito baixa entregam míseros 0,8 ou 1,5V. Se for verdade, o áudio soará bem ruim e isso não é novidade para ninguém. Já em relação a amplificadores, a média da capacidade de recepção deste sinal que é chamado de SENSIBILIDADE DE ENTRADA fica entre 0,2 a 6V. Então como se ajusta isso? Se seu player tem 4V de saída RCA e seu amplificador tem até 6V de sensibilidade de entrada, o ganho deve ficar ajustado em 33% pois a força do sinal enviado pelo player é 2/3 do amplificador consegue receber. Se for 2V do player com 6V do amplificador, o ganho fica em torno de 65% (2/3 de abertura) pois o máximo que o player manda é bem abaixo do que o amplificador consegue receber. E assim por diante. Recomendamos não passar de 75% independente de marca e modelo. Inacreditavelmente existem marcas que escrevem VOLUME ao invés de ganho ou sensibilidade ao lado do botão. 9) BASS BOOST. Atua apenas sobre o subwoofer. A tradução seria “turbo do grave”. O que DEVEMOS entender é que ele atua de 0 a 12 ou de 0 a 18dB na média. Ou seja, apenas aumenta, não diminui (-3. -6, -9, -12, -15, -18dB). Significa que mesmo no 0, há grave. Muita gente acha que se deixar o bass boost no 0, o grave está zerado. Não está. Em algumas marcas, passar de 50% pode sujar o sinal, então sugerimos usar com cuidado. No sub-grave não nota-se isso no áudio com a mesma facilidade que se ouve no estéreo. E se usarmos um amplificador de baixa qualidade com BASS BOOST ajustado em 90% com ganho aberto demais, é questão de tempo para o subwoofer queimar. Em nossos amplificadores sugerimos não passar de 75% pois nem sempre o ajuste GANHO também foi feito corretamente. Se o ganho estiver bem ajustado, pode-se chegar a 100% em uma música ou outra.10) INVERSÃO DE FASE 180º. Alguns amplificadores mono possuem este ajuste. Serve meramente para inverter a fase do subwoofer, ou seja, fazê-lo tocar do contrário. O objetivo é tentar fazer o grave soar um pouco mais na frente ou bem na frente (onde estamos no carro) e não “de trás para a frente” quando instalado no porta-malas. TEXTO DE AUTORIA DA AUDIOPHONIC, REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL PROIBIDAJANEIRO DE 2016

 

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