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Boa noite: No meu tópico anterior, eu havia sugerido a possibilidade de fazer um comparativo entre o SD300.2D GaN Power e outro módulo mais próximo ao nível de referência. Dessa vez, consegui trazer para a bancada um módulo "Hi-Fi", o Ground Zero Reference 2, indicado pelo fabricante como destinado para competição. Vou apresentá-lo e para não ficar extenso nem repetitivo demais, considero o SD300.2D GaN Power já apresentado nos tópicos anteriores (meu e do Alves). Se alguém porventura não leu, recomendo que o faça. Basta clicar nos links abaixo: http://autoforum.com.br/topic/214341-minhas-impressoes-sd4004evo-e-sd12001evo/ http://autoforum.com.br/topic/214578-minhas-impressoes-sd3002d-premium-gan-power/ Agradeço ao Léo (escortbala) por gentilmente ceder os módulos para o teste. É um amplificador bastante robusto e pesado. A carcaça é em alumínio extrudado na cor "cobre" com acabamento anodizado e lixado. Na parte inferior tem uma tampa de acrílico transparente, janela que ostenta componentes consagrados, como capacitores Mundorf MKP e Elna Silmic na linha de áudio e capacitores Rubycon na linha de energia, bem como os trafos com isolamento EMI/RFI. Um show de arte e engenharia. Não resta dúvida estar diante de um produto mítico. Feito para ser admirado e cobiçado por muitos, mas alcançável certamente por bem menos gente. Numa pesquisa rápida achei o Ground Zero Reference 2 anunciado por R$ 11.000,00 nas lojas de som automotivo no Brasil. O módulo dispõe de 2 canais, com capacidade de 420 wrms, cada, a 4 ohms. Possui um sistema de crossover e ajustes bastante completo. Para o teste estou utilizando acionado o botão "by pass", que direciona o sinal por fora da etapa de crossover. Apresenta ajuste de bias variável, configurável pelo usuário, indo desde classe AB até classe A. Não tem como ficar indiferente a tudo isto. Sobretudo quando olha-se para o discreto módulo da Soundigital. São duas vertentes de engenharia com propostas distintas, mas que se encontram num mesmo objetivo: Som de Qualidade. Uma delas com a nítida intenção de oferecer um sonho de consumo materializado e outra, mesmo num status PREMIUM, mas com uma proposta mais acessível e com o senso prático do dia-a-dia. Set de Testes: Mantive o mesmo set do tópico anterior (cabos, caixas, fonte) ​e apenas adicionei módulo Ground Zero Reference 2 para comparar com o SD300.2D GaN Power. Com o objetivo de usar um sinal mais correto, substituí o CD player Alpine CDA-7892 por um combo de notebook + interface USB/SPDIF + DAC. Apresentando resumidamente o que modificou: Notebook Acer (chipset AMD C-60 com 2 Gb de RAM), com win7, tocando lossless e hdtracks através do foobar2000 com WASAPI. Interface USB/SPDIF: The Halide Project, The Bridge da Devilsound Labs. Codifica em até 24 bits e 96 khz. Utiliza um código USB assíncrono chamado Streamlenght, licenciado por Gordon Rankin da Wavelenght. É uma interface com a distinção CASH do fórum Computer Audiophile (Computer Audiophile Suggested Hardware). DAC II - DAC de fabricação nacional pela empresa do LF Audio. Utiliza um chip PCM1794 independente para cada canal, com upsampler interno 24 bits/192 khz. As saídas analógicas são discretas operando em classe A. Tocando: Quanto à sonoridade, ambos amplificadores soam qualificados. Com boa dinâmica, clareza e timbres corretos. Os graves do Ground Zero Reference 2 soam algumas gramas mais gordos que os do SD300.2D GaN Power, que desfere punchs mais certeiros. Tonalmente o SD300.2D GaN Power apresenta um pouco a mais de agudos e um acerto de "opamps" um pouco mais claro. O palco é mais amplo e a imagem mais recuada. De certa forma o SD300.2D GaN Power tem uma "adaptabilidade" melhor a expressar com clareza várias texturas simultaneamente. Apresenta uma assinatura sônica mais "jovial" ou "informal", ou "fun" (divertida) como diriam lá fora. O acerto que me agradou mais no Ground Zero Reference 2 foi deixar o bias regulado no máximo, operando em class A variável. Nessa condição e em volume moderado, acredito que o Ground Zero Reference 2 esteja com os seus 24 transistores Sanken das saídas operando direto em classe A. Nas gravações de referência como os álbuns "Women of Song" e "Cool Songs Modern Voices", ambos da gravadora Chesky, o caráter analógico se revela. Ali consegue arrepiar, com fluidez e expressão, com toda paixão, dor, delicadeza ou doçura. Toca com muita verdade, relaxamento e uma sensação de presença física que vai além da apresentada pelo SD300.2D GaN Power. Nesta condição eu passaria dias seguidos ouvindo musica. Na música "La Villette" (álbum "Silver Rain" - Marcus Miller), que tem um trabalho muito presente e veloz de "slaps" e arpejos de contrabaixo o Ground Zero Reference 2 por momentos soou um pouco preguiçoso. O SD300.2D GaN Power, por sua vez, tocou impávido e preciso como um relógio suíço, "dando conta de tudo". Aliás, é uma condição meio típica de amplificadores digitais essa tolerância inabalável perante graves que por vezes atrapalham os classe AB. O Ground Zero Reference 2, sintetizando em poucas palavras, traz uma sensação permanente de um som limpo, analógico e sem ardências. O conjunto do Ground Zero Reference 2 soa todo muito coeso, passando uma impressão de autoridade no som. Complementando o que ele transmite visualmente. Na minha opinião, ambos são amplificadores de referência. Novamente, parabéns à Soundigital pela proposta inovadora e qualificada. Compartilho que até então, nunca simpatizei muito com amplificadores digitais ou "chipados" para alta fidelidade, mas ao que acabei de confirmar na prática, acredito quer estou diante do futuro da amplificação de alta fidelidade automotivo. Sem abrir mão do desempenho musical em nível de referência, com menor tamanho, menor consumo, e sobretudo, menor preço em relação aos amplificadores importados classe AB convencionalmente utilizados até então. Espero ter conseguido comunicar com clareza minhas percepções e fico disponível para as dúvidas que surgirem. [ ]´s