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JosephClimber

A arte de derrapar

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PREPARADOS

A arte de derrapar

Tentamos domar um Nissan Silvia preparado para o drift

CARLOS CEREIJO FOTOS JOÃO MANTOVANI

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Abro a porta do lado esquerdo do Nissan Silvia ano 1999, preparado pela Drift Company, time brasileiro especializado em drift. A expressão vem do inglês e, na essência, significa movimento.

 

A idade do carro não aparece nas linhas da carroceria: o cupê continua elegante, mesmo depois de uma década. Quem assume o volante, à minha direita, é Eduardo Kawanishi. Ele é o encarregado de me mostrar o que o carro é capaz de fazer e me ministrar uma rápida aula da modalidade. Primeiro, uma volta a 20 km/h, para preparar o carro para a diversão que vem em seguida. Eduardo acelera em segunda marcha na parte mais rápida do pequeno circuito de asfalto liso delimitado por cones. A primeira curva se aproxima e ele puxa com decisão o freio de mão para travar as rodas traseiras. Com a mão direita, gira o volante para a esquerda. A traseira do Silvia começa a vir para frente, a dianteira do carro aponta para a tangente da curva. Rapidamente, Eduardo esterça para o lado direito, como se quisesse fazer o Silvia voltar à trajetória reta, no entanto, ele simultaneamente acelera com violência. Com isso, as rodas traseiras patinam.

 

A habilidade do piloto de drift está em manter o equilíbrio do carro na derrapagem. Quanto mais de lado o carro estiver, melhor. Contornando todas as curvas dessa maneira, o drift não parece automobilismo. É mais uma coreografia - um balé sobre quatro rodas.

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Dirigir do lado direito causa estranheza, mas a posição é boa. Uma década de idade e o Nissan Silvia ainda mostra qualidades

 

Já fui carona de pilotos em circuitos de competição. As altas velocidades fazem que a aceleração lateral comprima o corpo durante as curvas. Se a musculatura do pescoço estiver fraca, você vai reclamar depois de algumas voltas. Dentro de um carro de drift, as coisas são diferentes. As velocidades são menores e as aproximações de curva não são precedidas de uma frenagem violenta. Quando o piloto joga a traseira do carro, um tranco forte e rápido é sentido, em seguida o carro desliza numa tocada até suave. A adrenalina corre mais forte, pois seu inconsciente fica gritando "C@*@$#o! Segure este carro!"

 

Cambagem e convergência

 

Quando saiu da fábrica da Nissan no Japão, o Silvia já tinha um comportamento arisco com seus 250 cv e tração traseira. Mas isso não é o bastante no drift: algumas modificações precisaram ser feitas. Primeiro, o motor recebeu um novo mapeamento da central eletrônica, pois o carro passou a beber gasolina de alta octanagem. No drift, as manobras são sempre feitas no limite de giro, por esse motivo a injeção de combustível foi recalibrada. O turbo não foi alterado, mas a capacidade do intercooler foi aumentada para dar conta das altas temperaturas de trabalho da turbina. O filtro de ar original deu lugar a um modelo esportivo para melhorar a admissão de ar.

 

O câmbio e a embreagem são originais. A modificação mais importante é feita no diferencial que passa a ser do tipo blocante. Em um carro convencional, o diferencial distribui a rotação do motor para a roda que encontra menos resistência. Com isso, a roda que está na parte de dentro da curva gira mais rápido, pois o peso do carro está apoiado no eixo oposto. É como se o diferencial fosse preguiçoso e distribuísse a rotação para o lugar mais fácil. No diferencial blocante, a história é outra. Metade da potência vai para cada roda. Dessa maneira, o carro distribui igualmente a força, facilitando as derrapagens.

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Central eletrônica recalibrada, filtro de ar esportivo e intercooler maior para alimentar o motor 2.0 cheio de vitalidade

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ERA UMA VEZ

O drift surgiu no Japão em 1970. O piloto Kunimitsu Takahashi, que corria na categoria All Japan Touring Car Championship, ganhou fama por contornar as curvas com a traseira atravessada. Os espectadores deliravam com o show. Quem levou o drift para o povo foi Keiichi Tsuchiya. O piloto de rua começou a aplicar a técnica do drift nas sinuosas estradas das montanhas japonesas. Em 1977, uma popular revista sobre automóveis mostrou as habilidades dele num vídeo, divulgando ao mundo a técnica japonesa. Em 1988 foi organizado o primeiro torneio de drift. É por esse motivo que quando se fala em drift, os japoneses são a referência.

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A suspensão foi trocada por uma mais esportiva que permite regulagem de altura e rigidez. O carro fica mais baixo e a carroceria torce menos durante as mudanças de direção. O alinhamento não é convencional. As rodas dianteiras têm cambagem negativa (o apoio no solo fica voltado para fora da caixa de roda) e as rodas traseiras são convergentes, ou voltadas para dentro na extremidade dianteira. Com esta configuração, a aderência nos pneus dianteiros é boa e os traseiros derrapam. Não há nada melhor para o drift.

 

Quem paga o preço pela alta potência dissipada pelas nuvens de fumaça são os pneus. No drift, são eles que fazem o trabalho sujo e se sacrificam pelo espetáculo. Em um carro de passeio dirigido com parcimônia, um pneu dura em média 40 mil quilômetros. O brasileiro roda cerca de 15 mil quilômetros por ano. Portanto, um pneu dura perto de dois anos e meio. Num carro de drift como o Silvia, os pneus traseiros duram 15 minutos. Depois disso, ficam mais lisos que bola de boliche.

 

Ao contrário

 

Chega minha vez de assumir o Silvia e tentar não manchar a reputação da C/D. A posição de dirigir é boa, mas a alavanca de câmbio e freio de mão estão à esquerda - fazer o quê? É assim que os japoneses dirigem. Demoro para me acostumar. Vou em segunda marcha para reconhecer a pista e sentir o carro. Até 4 mil rpm, o motor é civilizado. Acima disso, a turbina enche e os pneus rasgam o asfalto. O freio de mão estava gasto e não travava os pneus. Além disso, acioná-lo com a mão esquerda vai contra a lógica de quem dirige à esquerda.

 

Resolvo usar outra técnica. Entrar na curva com velocidade média, apontar para a tangente, acionar a embreagem com a segunda marcha engatada e afundar o pé no acelerador para, em seguida, tirar o pé da embreagem rapidamente. Assim, a potência entra com violência e frita os pneus traseiros. Para manter a derrapagem é preciso contraesterçar.

 

A teoria é perfeita, mas a prática é jogo duro. É muito divertido ver uma competição de drift e muito mais divertido estar dentro do carro com um profissional. Mas a maneira de pilotar vai contra tudo o que o instinto de motorista faz. Minhas primeiras curvas foram tímidas, a traseira desgrudava pouco e logo voltava para o eixo. Resolvi ser mais agressivo. A primeira curva lenta foi até bem desenhada. A traseira saiu um pouco, contra estercei e mantive a derrapagem por poucos segundos. Por causa disso, criei coragem e talvez esse tenha sido o problema. Passei a entrar com muita violência nas curvas e rodei forte algumas vezes. É ótimo, mas para tentar chegar perto do desempenho de um japonês maluco é preciso algum tempo, muitos jogos de pneu e muita gasolina de alta octanagem.

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Sombra

 

Drift não é só um espetáculo, existe disputa. Dois carros saem no traçado, o carro da frente vai contornando as curvas fazendo as manobras, o carro de trás tem de ser a sombra do rival que vai à frente. Fazer tudo igual a ele. Em seguida, os competidores trocam de posição e o carro que antes imitava o líder passa a puxar a fila. Perde pontos quem bater, rodar ou não conseguir acompanhar o oponente.

 

Fonte: http://caranddriverbrasil.uol.com.br/carro-moto-testes/23/artigo154840-1.asp

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sensacional essa materia....

 

deve demorar um pouco pra acostumar.. pra qm eh destro, trocar as marchas com a mao esquerda, freio de mao....

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É vai pensando que é facil.....kkkkkkkkk

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