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Tragicerror

Lucro Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do Mundo.

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Lucro Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do Mundo.

 

O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o “alto valor da mão de obra”, mas os fabricantes não revelam quanto os salários – e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.

 

A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.

 

A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir, como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas. Só a Mercedes-Benz tem uma frota de três mil ônibus para transportar funcionários.

 

Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.

 

Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.

 

Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?

 

Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, “é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa”. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros.

 

A carga tributária caiu e o preço do carro subiu

 

O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100cv recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.

 

Hoje – com os critérios alterados – o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

 

Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.

 

Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.

 

Isso sem contar as ações do governo, que baixaram o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.

 

As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora-de-estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.

 

A margem de lucro é três vezes maior que em outros países

 

O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

 

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

 

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

 

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

 

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o “Lucro Brasil” (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

 

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

 

Será possível que a montadora tenha um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa “não fala sobre o assunto”.

 

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

 

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.

 

Leia amanhã a 2º parte da reportagem especial LUCRO BRASIL:

 

Clique aqui

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Li a reportagem agora há pouco e fiquei na dúvida sobre postar ou não.

Muito interessante, parece que vai ser uma série.

 

O problema é que isso não vai mudar nunca...

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É , estamos bem.....phudidos !

 

E o chato que isso levará décadas pra melhorar alguma coisa.......se melhorar.

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Não vai melhorar...

 

Melhorar pra que?

 

As empresas continuarão vendendo, os empresários continuarão lucrando e o preço continuará alto.

 

Só abaixará o dia que brasileiro nenhum comprar carro por semanas.... Só que isso é impossível.

 

É igual preço do combustível... Pode resmungar, pode espernear, pode fazer campanha, passeata, programa de TV....

 

Mas toda semana precisa encher o tanque do carro.... E os brasileiros enchem, resmugando, mas enchem.

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Mas a nossa geraçao ja ta adulta Joao. A tendencia com o tempo é ter consumidores mais esclarecidos.

 

É importante difundir esse tipo de informaçao, que um dia muda, nem que seja um pouco mas muda.

 

Agora uma coisa que vai atrapalhar por muito tempo alguma mudança mais forte no preço dos carros, é o "Preço-Status". Vo tentar explicar...

Muita gente meio que sente orgulho e um certo "conforto" em pagar 55k~60k num City.

Tipo, garanto que muitos clientes da GALATICA HONDA, descartariam de cara o City se custasse 45k.

 

É meio viagem, mas vejo muito isso em nosso Mercado.

Tirando minha viagem de lado, é tmb o Posicionamento Mercadologico em relaçao a concorrencia, que guia a definiçao de preço.

 

 

 

 

Mas mesmo assim é muita sacanagem, podiam ao menos equiparem melhor os carros!

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Isso já tinha sido falado por aqui por mim e por outras pessoas, quando se falava que o pais era uma mer**, que cobrava imposto demais....

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Isso é algo que vai dar discussão entre o subsonic e o KLB, de novo...

 

Subsonic defedendo que é tudo culpa dos impostos...

 

KLB defendendo que além dos impostos, a culpa é do consumidor e da própria indústria...

 

Sim, a nossa geração está adulta. Mas e dai? Que opção temos? Comprar os lixos chineses? Os coreanos que já estão custando o mesmo que a concorrência?

 

O fato é, se alguém tem 60 mil reais para comprar um carro, vai comprar um carro de 60 mil reais. Seja ele um Focus ou um Fusion. (poderia falar em outras marcas, ford foi a primeira que veio na cabeça). Se todos os concorrentes custam mais ou menos o equivalente (exceto os coreanos, que ainda existem algumas ressalvas), não tem o porque abaixar o valor.

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concordo com esse texto...nossos carros subsidiam os carros de luxo dos paises ricos...culpa do mercado...

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Quotando uma frase da segunda parte:

 

“Por que baixar o preço se o consumidor paga?”, explicou o executivo.

 

Isso já diz tudo.

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Quotando uma frase da segunda parte:

 

Isso já diz tudo.

 

 

Exato, disse tudo...

Acabei de ler a 2ª parte da reportagem...

É revoltante mesmo... :banghead:banghead:banghead

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Quotando uma frase da segunda parte:

 

 

 

Isso já diz tudo.

É o que eu sempre disse....

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Isso é algo que vai dar discussão entre o subsonic e o KLB, de novo...

 

Subsonic defedendo que é tudo culpa dos impostos...

 

KLB defendendo que além dos impostos, a culpa é do consumidor e da própria indústria...

 

Sim, a nossa geração está adulta. Mas e dai? Que opção temos? Comprar os lixos chineses? Os coreanos que já estão custando o mesmo que a concorrência?

 

O fato é, se alguém tem 60 mil reais para comprar um carro, vai comprar um carro de 60 mil reais. Seja ele um Focus ou um Fusion. (poderia falar em outras marcas, ford foi a primeira que veio na cabeça). Se todos os concorrentes custam mais ou menos o equivalente (exceto os coreanos, que ainda existem algumas ressalvas), não tem o porque abaixar o valor.

 

Yep. Falou tudo.

 

Só salientando que a culpa do consumidor é por fazer escolhas NADA inteligentes. Pagar, por exemplo, mais de 60k num Fox pq ele vem com estepe na traseira... Ou pelo efeito "manada", de ir no meio da galera, mesmo sem ter condições ou necessidade de um veículo.

 

A esperança é que, em algum tempo, com o mercado abastecido e sem a SEDE por veículos, os fabricantes sejam obrigados a reduzir um pouco a sua margem pra se manterem competitivos.

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A esperança é que, em algum tempo, com o mercado abastecido e sem a SEDE por veículos, os fabricantes sejam obrigados a reduzir um pouco a sua margem pra se manterem competitivos.

E você realmente acredita nisso?

 

A esperança realmente é essa, mas você crê?

 

Todo mundo reclama que é caro, mas todo mundo compra... Reclamam por reclamar... Ninguém consegue imaginar um civic custando 40 mil reais... 40 mil reais é preço de carro popular completo, isso já está embutido na massa...

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Crer eu não creio não... pode acontecer, mas ainda leva MUITOS anos. Tempo demais.

 

Antes disto é mais provável que o mercado de subcompactos, destinados exclusivamente ao uso urbano, cresça com opções realmente baratas. Uma família com 4 carros (número comum em SP e Brasília) pode ter apenas um bom carro, espaçoso, e 3 subcarros. Não estou falando das tranqueiras chinesas, e sim de carros de fibra, 2 lugares, motor com 1L ou menos, e peso ridículo.

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Pode, claro...

 

Mas ao menos no meu convívio social (de pessoas que tem 3 ou 4 carros em casa), é pouco provável....

 

O "muleque" quer carro da hora pra pegar as minas, pra aparecer (meu caso)

O "pai" quer um bom carro, afinal trabalha todo dia e não abre mão do status que isso traz, do conforto e da própria realização

A "mãe" precisa de um carro com porta malas, afinal normalmente é ela quem faz o supermercado, leva os filhos nos lugares etc etc...

A "filha" quando tem carro (quando quer, na realidade, maioria nem faz questão... Amigos e namorado estão ae pra isso) quer algo fofinho... Ela poderia ter um subcompacto tranquilamente, desde que bonitinho.

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Pode, claro...

 

Mas ao menos no meu convívio social (de pessoas que tem 3 ou 4 carros em casa), é pouco provável....

 

O "muleque" quer carro da hora pra pegar as minas, pra aparecer (meu caso)

O "pai" quer um bom carro, afinal trabalha todo dia e não abre mão do status que isso traz, do conforto e da própria realização

A "mãe" precisa de um carro com porta malas, afinal normalmente é ela quem faz o supermercado, leva os filhos nos lugares etc etc...

A "filha" quando tem carro (quando quer, na realidade, maioria nem faz questão... Amigos e namorado estão ae pra isso) quer algo fofinho... Ela poderia ter um subcompacto tranquilamente, desde que bonitinho.

 

 

Concordo com essa sua visão João...

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Pode, claro...

 

Mas ao menos no meu convívio social (de pessoas que tem 3 ou 4 carros em casa), é pouco provável....

 

O "muleque" quer carro da hora pra pegar as minas, pra aparecer (meu caso)

O "pai" quer um bom carro, afinal trabalha todo dia e não abre mão do status que isso traz, do conforto e da própria realização

A "mãe" precisa de um carro com porta malas, afinal normalmente é ela quem faz o supermercado, leva os filhos nos lugares etc etc...

A "filha" quando tem carro (quando quer, na realidade, maioria nem faz questão... Amigos e namorado estão ae pra isso) quer algo fofinho... Ela poderia ter um subcompacto tranquilamente, desde que bonitinho.

 

Sim, pensando na nossa situação HOJE, sim...

 

Agora, pense na situação daqui a muitos anos... vc acha que, daqui a uns 20 anos, os carros ainda vão poder se dar ao "luxo" de fazer 10km/l? Gasolina até lá já deverá custar mais de 5 reais o litro, no ritmo que vai hoje! Álcool? Sempre foi PIADA, e enquanto o usineiro puder escolher o que fazer com o mercado, nunca vai deixar de ser piada.

 

E no ritmo que as coisas vão, vc acha que daqui a 20 anos, um carro vai poder se dar ao luxo de ter mais de 3 metros pra carregar apenas motorista?

 

Não.

 

Nossa realidade, em breve, deverá ser igual à japonesa. Lá, se você não tem onde guardar o carro, vc anda num carro de 660 cilindradas.

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Acho que não KLB...

 

Acho que continua do jeito que está por mais muitos anos...

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2ª Parte da Reportagem.

 

 

Por que o carro é mais barato no Chile e na Argentina?

 

A ACARA, Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina, divulgou no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos (N.A.D.A), em São Francisco, em fevereiro deste ano, os valores comercializados do Corolla em três países:

 

No Brasil o carro custa US$ 37.636,00, na Argentina US$ 21.658,00 e nos EUA US$ 15.450,00.

 

Outro exemplo de causar revolta: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil. No Brasil esse carro custa R$ 65,7 mil.

 

Por que essa diferença? Vários dirigentes foram ouvidos com o objetivo de esclarecer o “fenômeno”. Alguns “explicaram”, mas não justificaram. Outros se negaram a falar do assunto.

 

Quer mais? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.

 

O Corolla não é exceção. O Kia Soul, fabricado na Coréia, custa US$ 18 mil no Paraguai e US$ 33 mil no Brasil. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.

 

A Volkswagen não explica a diferença de preço entre os dois países. Solicitada pela reportagem, enviou o seguinte comunicado:

 

“As principais razões para a diferença de preços do veículo no Chile e no Brasil podem ser atribuídas à diferença tributária e tarifária entre os dois países e também à variação cambial”.

 

“As condições relacionadas aos contratos de exportação são temas estratégicos e abordados exclusivamente entre as partes envolvidas”.

 

Nenhum dirigente contesta o fato de o carro brasileiro ser caro. Mas o assunto é tão evitado que até mesmo consultores independentes não arriscam a falar, como o nosso entrevistado, um ex-executivo de uma grande montadora, hoje sócio de uma consultoria, e que pediu para não ser identificado.

 

Ele explicou que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de venda e na lealdade à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.

 

O que faz a fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultor, é o fato do México ter um “mercado mais competitivo” (?).

 

Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o “drawback”, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O “drawback” é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o “valor base” de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.

 

Mas quanto poderá ser o custo dos equipamentos importados no City? Com certeza é menor do que a diferença de preço entre o carro vendido no Brasil e no México (R$ 15 mil).

 

A conta não bate e as montadoras não ajudam a resolver a equação. Apesar da grande concorrência, nenhuma das montadoras ousa baixar os preços dos seus produtos. Uma vez estabelecido, ninguém quer abrir mão do apetitoso “Lucro Brasil”.

 

Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro no Brasil é mais caro que em outros países porque “aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis”.

 

Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro no Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. “O que vale é o preço que o mercado paga”.

 

E porque o consumidor brasileiro paga mais do que os outros?

 

“Eu também queria entender – respondeu Takanobu Ito – a verdade é que o Brasil tem um custo de vida muito alto. Até os sanduíches do McDonalds aqui são os mais caros do mundo”.

 

“Se a moeda for o Big Mac – confirmou Sérgio Habib, que foi presidente da Citroën e hoje é importador da chinesa JAC - o custo de vida do brasileiro é o mais caro do mundo. O sanduíche custa US$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui”. Sérgio Habib investigou o mercado chinês durante um ano e meio à procura por uma marca que pudesse representar no Brasil. E descobriu que o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística; que o salário dos engenheiros e dos operários chineses não são menores do que os dos brasileiros.

 

“Tem muita coisa errada no Brasil – disse Habib, não é só o preço do carro que é caro. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai e Pequim custa US$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil”.

 

Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. “As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado”, disse.

 

Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:

 

“Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?”, questionou.

 

Ele se refere ao “valor percebido” pelo cliente. É isso que vale.

 

“O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado”, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.

 

“Por que baixar o preço se o consumidor paga?”, explicou o executivo.

 

Amanhã a terceira e última parte da reportagem especial LUCRO BRASIL: “Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima. Se colar, colou”.

 

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3ª Parte da Reportagem.

 

 

Tem Muita Gordura para Queimar.

 

 

A Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, apresentou ontem (29) o seu Estudo de Competitividade no Setor Automobilístico, para mostrar ao governo o que considera uma “injusta concorrência” da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.

 

Cledorvino Belini, presidente da entidade, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.

 

Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. “O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção”, disse Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital: “É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos”.

 

Mas para os importadores, o que os fabricantes querem é se defender de uma queda na participação das vendas internas, o que vem acontecendo desde a abertura do mercado, há duas décadas.

 

“As montadoras tradicionais tentam evitar a perda de participação tanto para as novas montadoras quanto para as importadoras”, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. “Mas o dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora.”

 

Gandini disse que os carros importados já são penalizados; que as fábricas instaladas aqui estão protegidas por uma alíquota de 35% aplicada no preço do carro estrangeiro, por isso não se trata de uma concorrência desleal: “ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro”.

 

Na verdade, o setor tem (muita) gordura pra queimar, tanto às fábricas instaladas aqui quanto os importadores. O preço de alguns carros baixou até 20% ou 30% depois da crise econômica, por causa da grande concorrência.

 

O Azera, da Hyundai, chegou a ser vendido por R$ 110 mil. Hoje custa R$ 70 mil. Claro que a importadora não está tendo prejuízo vendendo o carro por R$ 70 mil. Então, tinha um lucro adicional de R$ 40 mil, certo? Se você considerar que o carro paga mais 35% de alíquota de importação, além de todos os impostos pagos pelos carros feitos no Brasil, dá pra imaginar o lucro das montadoras.

 

Um exemplo recente revela que o preço pode ser remanejado de acordo com as condições do mercado: uma importadora fez um pedido à matriz de um novo lançamento, mas foi apenas parcialmente atendida, recebeu a metade do volume solicitado. Então, “reposicionou” o carro para um patamar de preço superior, passando de R$ 75 mil para R$ 85 mil.

 

A GM chegou a vender um lote do Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um ex-executivo da locadora em questão.

 

Entre os carros fabricados aqui, Fiesta, C3, Línea receberam mais equipamentos e baixaram os preços, depois da chegada dos chineses, que vieram completos e mais baratos que os concorrentes.

 

Um consultor explicou como é feita a formação do preço: ao lançar o carro, o fabricante verifica a concorrência. Caso não tenha referência no mercado, posiciona o preço num patamar superior. Se colar, colou. Caso contrário passa a dar bônus para a concessionária até reposicionar o produto num preço que o consumidor está disposto a pagar.

 

A propósito, a estratégia vale para qualquer produto, de qualquer setor.

 

Mini no tamanho, big no preço

 

Míni Cooper, Cinquecento e Smart, são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda, que paga R$ 50 ou R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta, que custa R$ 30 mil.

 

O Smart (R$ 50 mil) tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. O Cinquencento (R$ 60 mil) vem com sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração. E quem comprar o minúsculo Míni Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.

 

Mesmo com todos esses equipamentos, os preços desses carros são muito altos, incomparáveis com os preços dos mesmos carros em seus países de origem. (A Fiat vai lançar no mês que vem o Cinquecento feito nom México, o que deve baratear o preço final.)

 

Os chineses estão mudando esse quadro. O QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais.

 

“A idéia original – disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi – era vender o QQ por R$ 19,9 mil”. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto de Importação.

 

Por isso dá para acreditar que as montadoras têm “um lucro de R$ 500,00 no carro de 1000cc”, como costumam alardear alguns fabricantes.

 

Tem é muita gordura pra queimar

 

As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz impostos, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado consumidor e o sexto maior produtor. E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.

 

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Acho muito dificil essa situação mudar:

 

1º O governo está muito feliz por arrecadar 50% de toda carroça que é vendida.

2º As montadoras estão muito felizes de venderem as carroças mais caras do mundo.

3º As Japonesas,Coreanas e agora Chinesas que eram a minha a minha esperança de mudar alguma coisa,estão indo pelo mesmo caminho.

4º E o mais Triste.98% dos consumidores estão satisfeitos de pagar 40k num popular,desde que consiga pagar a prestações,e que tenha um carroça mais nova que o vizinho. :banghead

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Não tem jeito.

Os preços vão continuar subindo e o povo vai continuar pagando. :banghead

O governo sempre percebeu isso e vai continuar fazendo a parte dele (encher o bolso).

Há muito tempo q acho q a melhor compra é a do usado, mas só vale a pena p/quem tem $ guardado. Pois, com juros bem mais alto, acabou ficando no escanteio.

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Acho que não KLB...

 

Acho que continua do jeito que está por mais muitos anos...

 

Lembra do "American Way of Life"?

 

Caiu em 2009.

 

Aqui um dia a crise também vai chegar... O que vem depois? Ou racionaliza, ou todo mundo não vai ter o que fazer com o carro.

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Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o “drawback”, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O “drawback” é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o “valor base” de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.

 

Eita, parece que OUTRO DIA eu estava sendo fortemente contestado quando disse que a diferença de preço do Fit não se justificava nem por regime de tributação diferenciado, nem por impostos, e sim por LUCRO.

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Lembra do "American Way of Life"?

 

Caiu em 2009.

 

Aqui um dia a crise também vai chegar... O que vem depois? Ou racionaliza, ou todo mundo não vai ter o que fazer com o carro.

Acho que demora mais de 20 anos pra chegar aqui... Mercados bem diferentes, difícil de comparar...

 

Lá todo mundo comprava com o dinheiro que não tinha... Nem eles, nem o estado, nem os bancos... Era dinheiro que não existia...

 

Aqui, por pior que seja, me parece que a grana existe.

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